RECONTO ESCRITO da curta metragem de animação “O burro teimoso”, realizado por Constantine Krystallis.

     Era uma vez um senhor que carregou o seu burro com um grande cesto cheio de peixe. O burro quando sentiu a carga ficou tão espantado que não queria avançar mais, carregando tanto peso. Começou a sentir-se de tal forma cansado, que resolveu deitar-se no chão. 

    O dono do burro ficou bastante desanimado com o animal, pois tinham um longo percurso a percorrer até à aldeia, que ficava no cimo da montanha, onde pretendia vender o peixe que carregara no cesto.O homem ficou tão irritado que bateu no animal para que ele continuasse a andar, mas o burro teimoso não queria andar mais. Deveras desanimado, o homem sentou-se também na berma da estrada e acabou por adormecer. Passado um bocado, o homem acordou e reparou que o burro ainda estava a dormir. Então, como o burro gostava muito de música, ligou o rádio, na esperança de convencer o burro a prosseguir viagem. 

    Assim que o burro ouviu a melodia, levantou-se e começou a dançar com o seu dono pela estrada fora, parecendo que já não sentia a pesada carga que transportava.Quando ambos deram conta, já tinham chegado ao seu destino, mas o dono do burro ao pegar no cesto, reparou que este estava vazio, pois todo o peixe tinha ficado espalhado ao longo da estrada, de tantos saltos que tinham dado a dançar.

    O dono do burro, mais uma vez, ficou muito desalentado, por ter ficado sem peixe nenhum para vender na aldeia. Olhou para o burro e viu que ele também tinha ficado muito triste, como se reconhecesse o disparate que tinha feito. Então, o burro para reconquistar a confiança e estima do seu dono, abocanhou o rádio mostrando-lho entre os dentes, para que ele o ligasse e pudessem dançar ao som da música.  E assim, retomaram a animada dança,  acabando por esquecer o sucedido. 

 

Carina Costa – 8º C

RECONTO ESCRITO DE " Alma”, dirigido por Rodrigo Blaas e produzido por Cecile Hokes. 

      Num dia de Inverno cheio de neve, uma menina enquanto passeava pela rua, a dada altura reparou numa parede onde estavam escritas muitas palavras. Parou, imediatamente, pois sentiu um desejo incontrolável de escrever a palavra «alma», acrescentando-a à já longa lista de palavras escritas naquele muro. Ficou muito surpreendida com o seu gesto, pois não sabia por que motivo tinha feito uma coisa daquelas. Também não sabia de onde tinha vindo aquele desejo de escrever uma palavra, tão bela e, ao mesmo tempo, tão estranha: “Alma”! 

 Quando olhou para trás, viu o seu rosto refletido na vitrina de uma loja e reparou que a boneca que estava na montra estava vestida como ela. A boneca tinha olhos verdes, cabelo castanho claro, um gorro azul, luvas castanhas, uma camisola branca, um colete vermelho, um cachecol vermelho, calças cinzentas e umas sapatilhas brancas.A menina mirou-se no reflexo da montra, para confirmar se era mesmo igual à boneca que estava na loja, mas quando voltou a olhar já a boneca tinha desaparecido. “- Que coisa estranha!...”- pensou. 

    Ficou tão intrigada que continuou a procurar a boneca em todas as janelas da loja e tentou abrir a porta. Como não conseguiu abri-la, ficou tão furiosa por não poder entrar dentro da loja, que fez uma bola de neve atirou-a contra a porta e virou costas. Para seu espanto, ouviu a porta a fazer barulho, sorriu e correu até ela e com muito cuidado abriu-a. 

    A menina ficou assustada ao entrar dentro da loja e insistentemente olhava à sua volta procurando pelo seu rosto. De repente sorriu e avistou a boneca em cima de uma mesa. Continuou a andar mas assustada tropeçou num boneco que estava a andar de bicicleta, olhou para ele endireitou-o e chocou contra a porta. Sorriu novamente, levantou-se e olhou para a mesa, mas mais uma vez a boneca tinha desaparecido. Continuou à procura e acabou por avistá-la numa prateleira do armário que estava à sua frente e voltou a sorrir. Subiu para cima do sofá para tentar alcançar a boneca, retirou a luva para melhor a segurar e tocou no nariz da boneca com a mão, o que fez com que a sua alma entrasse no corpo da boneca que passou a ver tudo o que a rodeava. 

 Pouco tempo depois apareceu uma outra boneca em cima da mesa, mesmo em frente à  vitrine da loja, que iria captar a alma de outra menina que por ali passasse. E assim se eternizava a alma daquela misteriosa loja, que adquiria vida graças às almas das crianças que paravam fascinadas para contemplar a sua montra de brinquedos. 

Mariana Rodrigues – 8º C

 

RECONTO ESCRITO  da curta metragem de animação “O vendedor de fumaça”, realizado por estudantes da escola de arte PrimerFrame em Valência/Espanha). 

     Era uma vez um rapaz chamado Gustavo que gostava de viajar na sua carruagem por várias localidades. Sempre que chegava a um novo sítio, a carruagem transformava-se num palco e começava a deitar muito fumo.  Cada vez que Gustavo via o seu palco montado, ficava muito feliz porque pensava que ia atrair muita gente para o seu espetáculo de magia.

    No entanto, naquele dia e naquela nova vila onde tinha acabado de chegar as coisas não iam correr como esperava. Parecia que toda a gente sofria de mau humor. O tempo ia passando e não via ninguém aproximar-se com curiosidade. Gustavo ficou bastante desiludido e já começava a pensar que tinha sido em vão a longa viagem que fizera até ali. 

    De repente, viu uma velha muito baixinha, já bastante corcunda de tantos anos ter vivido e que  tinha um ar bastante sisudo e muito pouco simpático. Estava a descascar batatas, mas com um ar tão mal humorado que até metia medo ao susto. Enquanto isso, do outro lado da praça principal observou um senhor de peixe na mão como se fosse uma espada, ameaçando um cão que na sua louca correria lhe tinha derrubado a cesta de peixe. 

    Gustavo para quebrar o ambiente de crispação, ligou o seu gramafone que emitiu uma música bastante agradável, mas que  os irritou ainda mais. Então a velha rabugenta ficou de tal modo incomodada, que foi em direção ao gramofone e, de forma violenta,  desligou-o com a sua bengala. De seguida, virou costas ao Gustavo, quando ele lhe estava a fazer uma surpresa com muito carinho - num passe de magia cheio de fumaça, transformou uma taça  num ramo de flores azul. Mal a velhota virou costas, Gustavo voltou a ligar a música e tornou a fazer mais truques com fumaça cor-de-rosa. Da nuvem de fumo saiam formas que pareciam  pessoas, com quem Gustavo dançava. Quando ele decidiu parar de dançar, sentou-se desanimado, pois não conseguia atrair a atenção de ninguém.  

    Entretanto viu um menino a brincar com um pau, fazendo de conta que era um avião que voava pela praça. A reação de Gustavo foi ir ter com o menino e fazer mais um dos seus truques, transformando o pau num belo modelo de avião, que de tantas voltas desenfreadas ter dado no ar, acabou por atingir a cabeça do cão. Um senhor com pena do cão transportou-o ao colo e entregou-o a Gustavo, que foi para o seu palco, onde começou a dançar e a deitar foguetes. Mas quando Gustavo começou a usar os seus truques de fumo e a transformar tudo em coisas fantásticas, ele começou a ganhar bastante dinheiro, pois conseguiu  pôr toda a gente a dançar, espalhando a felicidade pela vila de forma deveras surpreendente.   

    Tudo parecia corrrer maravilhosamente bem, até que veio uma tempestade e Gustavo começou a arrumar à  pressa todas as suas coisa. É que ainda por cima os seus truques não passaram disso mesmo e tudo o que ele tinha transformado com a sua arte de magia, voltou a ficar como antes. Quando isso aconteceu uma grande multidão empurrou Gustavo e levou-o à presença do Presidente da Câmara que trazia consigo um bastão com um grande diamante.

    Gustavo ao aperceber-se que estava na presença da pessoa mais importante e mais vaidosa daquela vila, decidiu fazer um último truque de magia que lhe permitisse salvar a sua pele da fúria daquela população quando descobrissem a verdade. 

    Numa última demonstração do seu poder, Gustavo pegou no bastão com o diamante e espetou-o no chão. De imediato, o bastão transformou-se num altíssimo pedestal e o pequeno Presidente da Câmar foi transformado numa estátua de bronze, colocada bem no centro da praça. 

    Gustavo aproveitou a reação de espanto da população e, rapidamente, montou na sua carruagem de fumo, guiando a toda a velocidade dali para fora, enquanto toda a gente chorava por se ter deixado enganar pelo ar sedutor e simpático daquele jovem mágico.  Jovem???..  Tanto a sua beleza, como juventude tinham sido mais um dos truques de ilusão. Afinal o "vendedor de fumaça" já andava há mais de quinhentos anos a divertir-se  e a enriquecer com a ingenuidade das populações que visitava.  

Juliana Rodrigues - 8ºC